Em quase 20 anos de prática como médico, absorvi diversas experiências convivendo com pacientes. No meu ramo de atuação, a mastologia, recebo constantemente perguntas de mulheres que fazem acompanhamento regular da saúde e também daquelas que estão fazendo ou já passaram pelo tratamento para o câncer de mama.
Então pensei: “Por que não dividir com outras pessoas as principais perguntas que pacientes me fazem sobre o câncer de mama?”.
Separei aqui para você algumas das principais dúvidas que recebo sobre esse tema. Se tiver qualquer questionamento fique à vontade para me procurar nas redes sociais, que terem imenso prazer em responder-lhe! Por aqui ou pelo meu instagram @drrodrigobarata posso ajudar com informações sérias sobre a temática.
Quais são os sintomas do câncer de mama?
Ao realizar o auto-exame das mamas, é possível perceber alguns sinais que devem servir de alerta para buscar um especialista. Sentir caroços na região das mamas ou axilas, alterações na pele, secreções que saem dos mamilos ou algum tipo de retração são sintomas que você deve se atentar.
A dor na mama não é um sinal característico do câncer! Em um outro tópico abordarei a questão da mastalgia, que é justamente essa sensação de dor.
Lembre-se: o auto-exame é importante e um primeiro passo, mas apenas um profissional qualificado pode fazer um diagnóstico e indicar outros exames de imagem para aprofundamento da investigação, como a realização de mamografia, ultrassonografia, ressonância magnética ou biópsias.
Quando e por que fazer a mamografia?
A mamografia é um dos mais importantes exames a serem feitos pelas mulheres a partir dos 40 anos de idade. É através desse exame que o médico consegue detectar precocemente a existência do câncer de mama na maioria das pacientes. E quanto antes a doença é descoberta maiores são as chances de cura.
A recomendação da Sociedade Brasileira de Mastologia é que para mulheres entre 40 e 50 anos o exame seja realizado anualmente. Para aquelas na faixa entre os 50 e 69 anos, a indicação continua, mas pode ser estendida para a cada 2 anos.
É necessário compartilhar sempre com o mastologista se existem casos da doença na família, pois a partir dessa informação pode-se verificar a necessidade de exames adicionais ou uma periodicidade diferente na realização da mamografia.
O que é a mastalgia?
A mastalgia também é conhecida como dor mamária. Como dito anteriormente, a dor na mama não é uma peculiaridade do câncer de mama! O fato do seio doer não quer dizer que a pessoa está com a doença.
A dor na mama pode ocorrer por conta de diversas variáveis, como:
- Crescimento acentuado da mama por ganho de peso ou processo de gestação;
- Inflamações ou mastites, congestão do aleitamento;
- Alterações ou lesões benignas ligadas à mama;
- Período do ciclo hormonal ou menstrual.
Por essas e outras questões é importante estar sendo acompanhada por seu ginecologista ou mastologista com regularidade. Qualquer incômodo ou anormalidade precisa ser investigado mais detalhadamente, e apenas um profissional especializado e experiente conseguirá dar andamento a investigação da forma adequada.
Preciso mudar a minha alimentação durante o tratamento do câncer de mama?
Comumente as orientações para a alimentação de um paciente que está no tratamento do câncer de mama são bem genéricas.
O ideal é que o intervalo entre cada refeição seja de até 3 horas, fracionando em porções menores. Quanto aos tipos de alimentação, a recomendação é sempre variar o cardápio, a fim de estimular o paladar e manter o apetite, mas sempre preservando a ingestão de frutas, legumes e verduras.
Incrementar o consumo de líquido na rotina também é fundamental! Água, sucos naturais e água de coco são excelentes opções.
Restringir alimentos farináceos (carboidratos simples) e açúcares, além de gorduras saturadas, especialmente as frituras, deve também fazer parte da rotina. Adoçantes e corantes devem ser evitados.
Tenho medo do câncer de mama, nem gosto de ouvir falar, como eu faço?
Falar sobre o tema é muito importante! Mulheres que passaram pela experiência e que se sentem confortáveis para compartilhar suas vivências podem conscientizar mais pessoas sobre a importância do autocuidado, da realização de exames periodicamente, do acompanhamento com um especialista e de manter a confiança durante todo o tratamento para minimizar seus efeitos e atingir a cura.
O medo e a fuga não são opções para prevenção ou cura do câncer de mama, pelo contrário, eles só prejudicam as mulheres!
Hoje, além das importantes ferramentas diagnósticas que dispomos, evoluímos muito no tratamento da doença, aumentando a cura significativamente, podendo chegar a quase 100%, em casos iniciais. Associando versões mais modernas dos métodos já consolidados com as novas armas, em especial com as “terapias alvo”, a maioria dos casos intermediários e até localmente avançados já vêm sendo curados.
Levar informação séria, confiável e com tranquilidade para mais pessoas deve ser prioridade. É uma missão importante da nossa equipe! O medo do desconhecido deve ser combatido com a abertura de espaço para ouvir e falar sobre o câncer de mama e tudo que o esteja relacionado. Acima de tudo, a prevenção pela informação é o caminho para combater com sucesso essa doença!
Quais os maiores fatores de risco e quem possui alto risco de desenvolver câncer de mama?
De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, os seguintes fatores são potencialmente altos para a ocorrência de câncer de mama:
- Mulheres acima de 50 anos;
- Radiação na parede torácica;
- Histórico familiar de câncer de mama;
- Uso de hormônios;
- Doenças mamárias prévias;
- Consumo de álcool;
- Obesidade.
Apesar da grande maioria dos casos de câncer de mama não estar relacionado a genética hereditária, a presença de mutações patogênicas familiares conhecidas favorecem fortemente o surgimento de tumores e são consideradas de alto risco. A exemplo, o caso divulgado da atriz mundialmente conhecida Angelina Jolie, que precisou realizar cirurgia profilática das mamas.
Não existem fatores de risco, nem mesmo genético, que condenem definitivamente pacientes a terem câncer de mama, sendo estes de acréscimo, menores ou maiores, que são considerados para avaliarmos apenas o risco relativo de desenvolver a doença. Ainda existem fatores de proteção conhecidos, que devem ser considerados, como paridade, menor exposição aos hormônios, hábitos saudáveis, atividade física, uso de medicamentos protetores que inibem os hormônios ou a ação deles.
A equipe do Dr. Rodrigo Barata realiza toda prevenção e tratamento das doenças mamárias com realização de exames, punções aspirativas, biópsias diagnósticas, cirurgias benignas, cirurgias oncológicas (de tratamento do câncer), cirurgias reparadoras e reconstruções mamárias com as técnicas mais seguras e avançadas disponíveis.
Estamos sempre à disposição nos nossos contatos para maiores informações.